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Writer's pictureVitória Elena

Isaac Cândido: Um mergulho nos caminhos da música cearense

Updated: Feb 13, 2022

Isaac Cândido, cantor e compositor, é um necessário nome cearense dos dias atuais. Sua musicalidade singular vem acompanhada de letras cheias de sensibilidade


Quanto tempo você tem de carreira?

Bem, aproximadamente trinta e poucos anos de carreira. Lembrando que eu comecei muito cedo, desde os dezessete anos já comecei a tocar na noite. Aonde eu fiquei por uns dez anos tocando nos bares, e depois saí desse circuito. Fui me dedicar um pouco à produção dos meus shows, pois sou compositor. Desde quando comecei a tocar, senti uma necessidade muito grande de ter as minhas composições.


Qual o seu estilo musical? Tem composições?

Acho que a música brasileira foi minha grande fonte de criação. Desde todo o pessoal do Ceará, dos grandes nomes aqui do Ceará, das gerações passadas, que vai desde Lauro Maia, Fagner, Ednardo, Belchior, Petrúcio Maia, e Fausto Nilo, né? Quanto à turma da minha geração de compositores que vai Davi Duarte, vem Kátia Freitas, o Serrão, Marcílio Homem, e o meu parceiro Marcos Dias que eu considero um dos maiores poetas do Ceará, do nordeste.


Como funcionam as suas apresentações?

Comigo funciona assim: eu agendo o lugar onde quero tocar e a partir daí faço toda a produção que vai desde a contratação de músicos e de toda equipe técnica, envolvendo palco, luz e cuido do translado da turma toda, do espetáculo como um todo né? E normalmente os meus espetáculos são compostos de noventa por cento de composições minhas, ou mais.


Qual a formação da equipe para estes eventos?

A formação da equipe tem uma variação muito grande, até mesmo porque não tem uma banda fixa pra me acompanhar. Eu tenho os músicos que dou preferência pelo fato de serem amigos e de reconhecerem parte do repertório, isso facilita.


Possui apresentações fixas em Fortaleza?

Bem, eu não possuo apresentações fixas. O que faz com que eu pague minhas contas é a produção de shows. Não só os meus, mas também de outras pessoas. Como eu estou há muito tempo na área, então passa por mim um circuito muito grande dos shows que estão vindo pro Nordeste.


Como iniciou a sua relação com a música? Houve alguma influência familiar ou artística?

Acho que a minha maior referência vem do meu pai. Meu pai não era músico profissional, mas sempre tomava umas cachaças e chegava em casa nas madrugadas pra tocar pros filhos. Como forma de acalmar a raiva da minha mãe, já que estava chegando tarde em casa. E a partir dali eu fiquei vendo meu pai tocando. Então acho que essa foi minha maior influência. E teve uma influência muito forte do Fagner também, porque minhas duas avós são irmãs da mãe dele, então toda a família é assim.


A carreira artística é o seu trabalho principal?

Nos últimos anos, como eu estava pagando minhas contas com produção de shows, passei a deixar a minha carreira musical meio que em segundo, terceiro plano. Depois dessa pandemia, vi que todos os shows caíram. Me deparei ali diante da minha obra que estava ali mofada. Passei a compor de novo, né? Eu estou chegando a cento e trinta e oito músicas, cento e trinta e nove músicas novas. E devo ter aí umas vinte inacabadas. Quer dizer, acredito que daqui pra frente vai ser meio a meio, vai ser cinquenta por cento trabalhando em função dos meus shows e os outros cinquenta trabalhando nos shows que vem de fora. E aí dessa forma a gente vai sobrevivendo lentamente fazendo o que gosta né? Fazendo principalmente o que ama.



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